Luísa Rosa de Aguiar, conhecida como Luísa Todi (Setúbal, 9 de Janeiro de 1753 — Lisboa, 1 de Outubro de 1833), foi uma cantora portuguesa.
Luísa Todi foi a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos.
Nasceu em Setúbal, filha de um professor de música e instrumentista, que passou a viver em Lisboa em 1765.
Luísa começou pelo teatro musicado aos catorze anos, no Teatro do Conde de Soure, no "Tartufo", de Molière. Com a sua irmã Cecília Rosa cantou em óperas cómicas.
Casou, em 1769, com o violinista napolitano e seu grande admirador, Francesco Saverio Todi que lhe deu o apelido e a fez aprender canto com o compositor David Perez, muito conceituado e mestre de capela da corte portuguesa. Ao marido deveu o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levariam a todas as cortes da Europa, como cantora lírica.
Estreou-se em 1771 na corte portuguesa de D. Maria I e cantou no Porto entre 1772 e 1777, quando partiu para Londres para actuar no King's Theatre, sem particular aplauso por parte dos ingleses.
Em 1778 está em Paris e Versalhes. Em 1780 é aclamada em Turim, no Teatro Régio, tendo assinado um contrato como prima-dona, e em 1780 era já considerada pela crítica como uma das melhores vozes de sempre.
Brilhou na Áustria, na Alemanha e na Rússia. Veio a Portugal em 1783 para cantar na corte portuguesa. Regressou a Paris tendo ficado célebre o "duelo" com outra cantora famosa de nome Gertrudes Mara. A crítica e o público dividiu-se.
Convidada, parte com o marido e filhos para a corte de Catarina II da Rússia, em São Petersburgo (1784 a 1788), que a presenteou com jóias fabulosas. Em agradecimento o casal Todi escreveu para a imperatriz a opera «Pollinia». Berlim aplaudiu-a quando ia a caminho da Rússia e no regresso, Luísa Todi foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe deu aposentos no palácio real, carruagem e os seus próprios cozinheiros, sem falar do principesco contrato, tendo ali permanecido de 1787 a 1789.
Diversas cidades alemãs a aplaudiram como Mainz, Hanôver e Bona, onde Beethoven a terá ouvido. Cantou ainda em Veneza, Génova, Pádua, Bérgamo e Turim.
De 1792 a 1796 encantou os madrilenos novamente.
Em 1793 regressa à corte de Lisboa por ocasião do baptizado de mais uma filha do herdeiro do trono, futuro D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. A cantora precisou de uma autorização especial para cantar em público, o que era então proibido às mulheres, numa corte pouco esclarecida como a de D. Maria I.
Luísa Todi tinha a capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em francês, inglês, italiano e alemão.
Em 1799 terminou a sua carreira em Nápoles.
Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801 onde enviuvou em 1803. Viveu naquela cidade, onde viria a perder as suas famosas jóias no trágico acidente da Ponte das Barcas, por ocasião da fuga das invasões francesas em Portugal, pelos exércitos de Napoleão, em 1809.
Viveu em Lisboa de 1811 até ao final da vida, consta que com algumas dificuldades e cega.
Setúbal não a esqueceu tendo-lhe erigido um monumento com a sua efígie e dado o seu nome a uma das principais artérias da cidade.
No livro de Anton Reicha, "Tratado da Melodia" Luísa Todi foi considerada "A cantora de todas as centúrias" melhor dizendo "Uma cantora para a eternidade"
Fonte Wikipédia
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