Capela das Necessidades
Capela das Necessidades
A passagem entre os montes de São Simão e São Francisco fazia-se em solo do morgado de Alcube e era conhecida por Portela da Cruz, por ali ter sido erigido um cruzeiro por Vasco Queimado de Villa Lobos, a que se chamou Cruz das Vendas.
O monumento esteve durante séculos ao ar livre elevando-se aquela soberba eminência donde muito longe podia ser avistada.
Vasco Queimado de Villa Lobos, diz D. Rodrigo da Cunha professou na ordem de São Francisco e parece ter acabado os seus dias no mosteiro de Setúbal.
Nesta cidade há uma rua do Queimado, derivada talvez do nome deste ou de sua família.
Este lugar mais tarde passou a chamar-se de Portela das Necessidades, por no local ter sido mandada construir no século XVIII por diligências de Manuel Martins, homem de pouca fazenda e habitante da vizinha aldeia das Vendas, uma Ermida, hoje conhecida pela Capela das Necessidades, no interior da qual está guardado o dito cruzeiro.
A Portela das Necessidades, hoje conhecida pelo Alto das Necessidades é um local de passagem e de encontro de toda a gente, quer de automóvel, de bicicleta ou a pé.
Para nascente situa-se o vale de Alcube rasgado a meio pela ribeira do mesmo nome que separa as serras de São Francisco e de São Luís, para Norte uma imensa planície donde se avista Lisboa e a Sul a majestosa e bela serra da Arrábida.
O antigo Cruzeiro que ali foi colocado em 1474, conforme inscrito na base do mesmo, trata-se de uma valiosa obra em pedra, de estilo gótico, que se encontra classificado como monumento nacional, e é constituído por uma cruz floreada sobre um pé de dois metros de altura, com uma base octogonal em pirâmide. Na face poente tem um Cristo crucificado e na de nascente, a Virgem Maria. Sobre a haste, em torno da pedra que serve de base à cruz, estão quatro escudos orlados; por baixo do Cristo, um escudo em diagonal com as armas dos Villa Lobos; no lado oposto, um escudo perpendicular com uma cabeça de lobo; do lado norte, um escudo com uma barra saindo de duas cabeças de serpente e do lado sul, outro escudo com leão batalhante.
Sobre este cruzeiro existe uma lenda que conta o seguinte:
"Na praia de Manguellas (hoje Ajuda, situada na confluência da ribeira do mesmo nome com o Sado), foi encontrada a cruz, fábrica dos anjos, como demonstram o seu aparecimento e a execução aprimorada dos lavores. Um dia o senhor pretendeu levá-la para Lisboa, fazendo-a seguir caminho a Azeitão num carro; chegada, porém, à portela, não puderam mais os bois arrastar a carga; reforçados com outras juntas e instigados pela voz e o aguilhão dos condutores, não lograram fazer mover o carro, até que este se partiu, reconhecendo-se d’aqui, que era determinação divina não passar mais além, e ali foi colocada, mas sempre crescendo, segundo a lenda.
Há anos, talvez pelo decrescimento da fé, a cruz deixou de elevar-se e parece haver estacionado.
Hoje recolhido no interior da capela das Necessidades, o Cruzeiro de Vendas é um exemplo entre outros, de um património precioso e muitas vezes desconhecido, que enriquece a história desta região.
Capela das Necessidades, Junto à EN10, na Freguesia de S Simão em Azeitão -Setúbal
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