A Comenda!
Comenda-Parque Natural da Arrábida-Setúbal Portugal
Património
por Carlos Tavares da Silva
(Arqueólogo)
Comenda Revisitada
Foi com satisfação que recebi a notícia veiculada por alguns órgãos locais de comunicação social de que a Câmara Municipal de Setúbal estava empenhada na requalificação do parque de merendas da Comenda. E fiquei satisfeito sobretudo porque parti do princípio de que, a concretizar-se tal intervenção, a Câmara Municipal de Setúbal não deixaria certamente de promover as obras necessárias à protecção da estação arqueológica que confina com aquele parque.
Recordei, a propósito da mesma notícia, uma fotografia, da primeira metade do século XX, observada no estúdio do saudoso Américo Ribeiro, onde se via um grupo de crianças brincando na praia fluvial da Comenda. Depois, veio o parque de merendas; mais tarde, o abandono e o desleixo. Este lugar paradisíaco, da foz da ribeira da Ajuda, deve ser devolvido, limpo, ordenado e interpretado, ao usufruto da cidade e seus visitantes, enquanto parque de piqueniques, praia de águas calmas, enfim, local de lazer, mas também de encontro com a História.
Aqui, entre o parque de merendas e a foz da ribeira da Ajuda, no talude sobranceiro a este curso de água, afloram numerosos vestígios da época romana, de que se destacam estruturas pertencentes a um balneário e a oficinas de produção de salgas de peixe. Esta ocupação humana constituía um dos núcleos do extenso complexo urbano-industrial que funcionou entre os séculos I e V d.C. na região do Baixo Sado. O que foi talvez o mais importante centro de produção de conservas de peixe do mundo romano ocidental possuía, além das fábricas de preparados piscícolas de Tróia e Setúbal – os dois aglomerados principais –, outros núcleos fabris de menores dimensões, como os da Comenda, Rasca e Creiro.
Ora, a estação arqueológica da Comenda tem vindo a ser destruída pela erosão fluvio-marinha. Todos os anos, principalmente durante o Inverno, as águas da ribeira da Ajuda e do estuário do Sado provocam o recuo do talude onde afloram as construções romanas que, deste modo, vão sendo desmanteladas. Contudo, um simples quebra-mar, com algumas dezenas de metros, seria suficiente para inverter este processo.
Hoje, ao contrário do que escrevi, algumas semanas atrás, sobre o sítio da Comenda, ouso sugerir que este arqueossítio, potenciado por um enquadramento paisagístico de excepção, seja objecto de um programa de escavações, estudo e recuperação, enquanto vertente de um plano de desenvolvimento turístico-cultural, como se espera de uma gestão territorial esclarecida e moderna.
Carlos Tavares da Silva - 17-07-2002 15:15
Artigo publicado em
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=8648
Titulo A Comenda!
Criador João Palmela
Data da Captura 14/04/2014
Hora da Captura 16:52:07
Local da Captura Comenda-Parque Natural da Arrábida-Setúbal Portugal
Exposição 1/100 seg
Abertura f / 11
Comprimento focal 22 mm
Avaliação da velocidade ISO ISO 200
Flash Não disparou
Marca Canon
Modelo Canon EOS 350D Digital
Lente Canon EF-S 18-55mm f / 3,5-5,6 IS
Software Adobe Photoshop Lightroom 5.0 (Macintosh)
PARA VER EM TAMANHO GRANDE, SEGUIR O LINK
https://fotos.web.sapo.io/i/o7315a13e/16839218_DgYa1.jpeg
. A Espiga
. Lugares
. A Baía!
. O Convento - Parque Natur...
. O Forte de Santiago do Ou...
. Final do dia na Vieirinha...
. Forte de São Tiago do Out...
. A Vida é Alegria!..... e ...
. Quando a Troia já não é d...